A lei de empréstimos da Liga

A notícia apanhou (quase) todos de surpresa: deixou de ser possível emprestar jogadores entre clubes da Primeira Liga portuguesa. O que antigamente era um procedimento normal e aceite sem quaisquer reservas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foi agora vetado em Assembleia Geral Extraordinária da LPFP pela maioria dos clubes. Continuar a ler

Antevisão La Liga 2012/13

A apenas um mês do apito inicial, os clubes espanhóis vão ao mercado e tentam equilibrar as suas equipas, treinadores novos que tentam incutir o seu estilo de jogo e jogadores novos que se tentam adaptar o mais rápido possível, enfim, pré-temporada.

Antes de começar esta primeira previsão/análise ao campeonato espanhol, seria bom recordar alguns números da passada época. A nível colectivo, números recorde, o Real Madrid alcançou os 100 pontos em 114 possíveis, marcou 121 golos em 38 jogos, venceu em Camp Nou e sagrou-se justo campeão. A nível individual, 50 golos numa época, 50 golos, isso mesmo, a obra prima é do astro argentino, Messi. Cristiano Ronaldo tão pouco ficou atrás e bateu o seu recorde com 46 golos. Impossível de bater?Pois veremos, nem os mais cépticos do mundo do futebol arriscam um prognóstico negativo em relação a estes dois astros que tudo farão para bater as estatísticas. Continuar a ler

Ryo Miyaichi

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Futebol, o desporto rei, é disfrutado por todos e representado no seu expoente máximo através de talentosos atletas espalhados pelo mundo fora, tal como Ryo Miyaichi.
Este jovem Japonês, nascido em Okazaki, começou como quase todos os futebolistas Japoneses nas escolas de formação, neste caso Sylphid FC desde 2001 até 2007, jogando depois entre 2008 e 2010 no Chukyodai Chukyo High School. Chamou a atenção do Arsenal que depois de um período de experiencia decidiu contracta-lo. Foi emprestado ao Feyenoord onde fez 5 assistências e marcou três golos em 12 jogos sendo apelidado de “”Ryodinho” e “Japanese Messi”, devido às suas vistosas exibições. Na última época, apesar de entrar em alguns jogos, esteve parado 5 semanas devido a lesão, continuando sem o seu espaço nos “Gunners”.Em Janeiro foi novamente emprestado, desta vez ao Bolton Wanderers onde fez 2 assistências e marcou 1 golo nos 14 jogos disputados. Presença assídua desde os sub 15 até aos sub 19 da selecção Nipónica, onde jogou os FIFA Sub-17 World Cup de 2009, estreou-se este ano na equipa principal, num amigável contra o Azerbaijão, que o Japão ganhou por 2-0.
Com apenas 19 anos, este extremo não escolhe lado, não se limita a uma só área de acção, tanto joga na esquerda como na direita, tira partido de toda a sua rapidez de processos e facilidade em criar espaços para dar cabo de alguns rins na tão exigente e dura Liga Inglesa. É um jogador talentoso, irreverente e cheio de vontade de mostrar serviço, assim como humilde na hora de aceitar conselhos e admitir que ainda precisa de aprender muito. Formado em escolas disciplinadas mas explosivo, espontâneo e extremadamente veloz dando profundidade nas alas, capaz de assistir com peso e medida os seus colegas para a finalização.
É naturalmente talentoso, o que lhe permite fazer delirar os seus adeptos e representar o futebol Japonês na ribalta do futebol mundial, 宮市 亮(Ryo Miyaichi), um miúdo maravilha do hoje para o amanha.

Jornal Dez #12

Regressamos após umas curtas férias. Um bom número para ler na praia, com artigos interessantes sobre a lei dos empréstimos, a preparação dos 3 grandes, antevisão da Liga Espanhola, reportagem sobre o Anzhi de Eto’o e Roberto Carlos… e muito mais.

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O tigre nas garras da aranha

O inverno de 1941 foi dos mais frios do século XX. Enquanto o exercito alemão via as suas tropas caírem ás portas de Moscovo. Hitler nunca pensou que seria derrotado e ainda por cima antes que Setembro acabara.
Dentro da cidade, as fabricas metalúrgicas trabalhavam num ritmo frenetico e a procura de mão de obra era de tal modo elevado que os pais levavam os filhos para ajudar no trabalho. Assim o pedia o General Inverno, expressão russa para definir o que se passa entre Setembro e Novembro. Os pais de Lev não foram uma excepção e aos 12 anos já trabalhava na industria bélica.

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O recreio

Toca a campaínha, metes os livros na mochila como podes e corres escadas abaixo. Uma imagem infantil. O tempo de intervalo não se negoceia e cada minuto extra que os professores nos dão é um suspiro de liberdade.
Enquanto os menos dotados abrem a lancheira á procura de um pacote de bolachas, os outros ocupam a pista de asfalto, dás três toques na bola, escolhes as equipas e está tudo pronto para começar. Enquanto não começa, analisas o teste de matemática que acabaste de fazer e a previsão do jogo ao mesmo tempo: temos o repetente, o talentoso e o bom.
O repetente é o rebelde, o nosso avançado. O perfil de um ‘9’ clássico que nas aulas, entre brincadeiras, julga-se mais experiente que os demais. Apesar de preguicoso e brincalhão é bastante bom jogador. Não gosta do uniforme da escola e prefere a sua camisola escura de sempre, ainda que os professores lhe digam que o deve fazer. É tão preguicoso nas aulas quanto em campo, encara a escola devagar. Passo a passo. Ás vezes perguntamos se a vida o incomoda ou se é a maneira de ser dele. Não joga sempre connosco, porque está castigado a maior parte das vezes e não tem direito ao recreio. Quando as coisas lhe saem bem, faz jogadas de génio e normalmente goleamos. Chamemos-lhe Balotelli.

Depois temos o melhor da turma. É baixinho e não fala muito. Quero pensar que tem monólogos interiores interessantíssimos, porque tem uma personalidade tímida. Joga por prazer e sempre com a bola no chao, ás vezes parece que levita. Gosta de jogar subido no terreno e pede que lhe passem bolas rasteiras, sempre e quando não haja muita gente no recreio… Porque quando se juntam mais de 3 jogos é muito difícil evitar todas as pernas. Com ele de certeza que ganhamos. Depois dos jogos come umas sandes de presunto de sonho que ás vezes fazem com que as pernas lhe pesem mais. Acaba sufocado e custa-lhe terminar os jogos. Mas é bom rapaz este Cassano.

A tranquilidade é dada pelo bom. Nas aulas é conhecido porque joga muito bem futebol e é o alvo dos olhos das miúdas da nossa turma. É o primeiro a ser escolhido nos sorteios e os mais velhos das outras turmas já sabem que o tem de marcar de perto. Alguns perguntam-lhe porque é que não tenta a sorte num clube qualquer para começar uma carreira, mas ele diz que joga por gosto e para divertir-se. Imagino o que diriam os relatórios dos olheiros sobre ele… Não é muito rapido, geralmente cai mal e não ganha uma bola no ar. Mas é o melhor, vê-lo jogar é como se o tempo não passasse. Quando lhe passo a bola respiro de alivio porque sei que não a vai perder e corro, porque sei que vai haver uma jogada de perigo. A este vou-lhe chamar Pirlo.

A campainha volta a tocar e já se passaram 20 minutos. O jogo passou tão rápido quanto as nossas infâncias e outros, mais velhos, entre passes, assistências choram porque alguém lhes roubou o sonho outra vez.

Entrevista João Miguel Tavares

João Miguel Tavares é, aparentemente, um espírito chistoso que se licenciou em Ciências da Comunicação. A carreira de jornalista (não de engraçadinho) deste portalegrense de 38 anos começou no ‘Diário de Notícias’. Em 2007, porém, decidiu que era tempo de fazer surgir a revista ‘Time Out Lisboa’, e se bem o pensou, melhor o fez. Tanto assim é que a continua a fazer. Ao cargo de sub-director da revista mensal junta ainda a sua opinião a uma coluna do Correio da Manhã. Mas, não satisfeito com tudo isto que faz, tende ainda a dar voz ao seu sentido de humor na TSF, ladeado por Pedro Mexia e Ricardo Araújo Pereira na rubrica ‘Governo Sombra’. É uma entrevista de DEZ valores em outros tantos possíveis de um profissional que  vê no dia desta publicação o ponto alto da sua carreira. Sem sombra de dúvidas.

Como homem da rádio, como vê a relação da rádio com o futebol?

Deixem-me discordar da premissa inicial. Eu não sou, nunca fui, nem pretendo ser um homem da rádio. Até porque sou deficiente da fala. Mas, sim, acho que não há nada como um bom locutor para nos pôr a vibrar com o que se passa dentro de campo. Não é por acaso que, quando a própria televisão quer pôr o país a comover-se com os golos da selecção nacional, a primeira coisa que faz é ir buscar um relato radiofónico eufórico da bola a entrar na baliza.

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A histórica final sem história

Domingo, dia um de Julho de 2012. A cidade de Kiev, capital da Ucrânia, recebia o jogo mais esperado do calendário futebolístico do Velho Continente, que parou para ver a Espanha trucidar uma Itália feita em fanicos, num jogo arbitrado por uma equipa portuguesa encabeçada pelo todo contestado Pedro Proença.

Depois de ter “arrumado” a Alemanha, poucos esperariam uma Itália tão impotente a permitir que Espanha replicasse o resultado mais desnivelado do Euro 2012 (4-0), que de resto tinha já aplicado à Irlanda na fase de grupos. As duas equipas tinham-se defrontado já na ronda inaugural do campeonato da Europa, num jogo vibrante e bem mais espetacular do que este da final que acabou por ser, por vários motivos, uma final histórica mas que se traduziu num jogo sem história.

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